sábado, 30 de abril de 2011

II Domingo da Páscoa - Alegremo-nos, porque o Senhor ressuscitado está aqui no meio de nós como esteve no Cenáculo.

Mentira! Ele ressuscitou? Eu não acredito se eu não ver!

Homilia do primeiro Domingo da páscoa

Para nós que formamos a consciência do povo de Deus em nossa Igreja, este tempo pascal leva-me a questionar enquanto discípulos de Cristo no mundo de hoje, sobre a fé. Podemos perguntamos a nos mesmo: Temos convicção do que pregamos? Muitas vezes este “anuncio”, que fazemos em nossas comunidade não tem convencido ao povo. Será por quê? Como então levar o povo de Deus a uma experiência do Ressuscitado. A falta desta convicção do anuncio não só é culpa do pregador, mas sim de todos nós discípulos de Jesus no mundo de hoje, pois há muitos que apenas só tem uma experiência de pascoa de ovo de chocolate.
Hoje nós temos que fazer o mesmo! O mesmo que os discípulos do tempo de Jesus naquele primeiro dia da semana. Para muitos homens e para muitas mulheres, é como se Cristo estivesse morto, porque pouco significa para eles e quase não conta nas suas vidas. A nossa fé em Cristo ressuscitado anima-nos a ir ao encontro dessas pessoas e a dizer-lhes de mil maneiras diferentes que Cristo vive, que estamos unidos a Ele pela fé e permanecemos com Ele todos os dias, que Ele orienta e dá sentido à nossa vida.
Cristo ressuscitado é a razão de ser de nossa existência. Celebrar essa história é motivo de grande alegria para os cristãos.
O evangelho ( Jo 20, 19-31) inicia falando do primeiro dia da semana, isto é o Dia por excelência, (O DOMINGO dia do senhor), pois foi o dia da Ressurreição do Senhor.
“Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, domingo a noite” ( Jo 20,19) Jesus veio confortar os amigos mais íntimos, seus apóstolos e discípulos : A paz esteja convosco, disse-lhes. Depois lhes mostrou as mãos e o lado. Nesta ocasião, Tomé não estava com os demais Apóstolos; não pôde, pois, ver o Senhor nem ouvir as suas palavras consoladoras.
Vamos transpor em nossa mente a figura deste senário, os discípulos devem ter ficado espantados, numa mistura de euforia, alegria e medo por parte de uns. Eles estavam fechados isto é por que tinham um medo pairando sobre eles. Mesmo que este medo fosse dos judeus, uma insegurança falta de confiança no Cristo ressuscitado.
Depois imagino os Apóstolos cheios de júbilo procurando Tomé para contar-lhe que tinham visto o Senhor! Mal o encontraram, disseram-lhe: Vimos o Senhor! Tomé continuava profundamente abalado com a crucifixão e a morte do Mestre; quer ver para crer! Acredito que os Apóstolos devem ter-lhe repetido, de mil maneiras diferentes, a mesma verdade que era agora a sua alegria e a sua certeza: Vimos o Senhor!
Falar para o mundo que ele esta vivo deve ser nossa convicção, nossa pregação diária, convencer e mostrar que também acreditamos verdadeiramente por isso quer que tenham a mesma alegria que a nossa, a mesma fé que a nossa, a mesma certeza.
Desta maneira, cumprindo essa exigência da fé que é difundi-la com o exemplo e a palavra, contribuímos pessoalmente para a edificação da Igreja, como aqueles primeiros cristãos de que falam os Atos dos Apóstolos: “Cada vez mais aumentava o número dos homens e mulheres que acreditavam no Senhor” (At. 5,14).
Oito dias depois Jesus apareceu aos Apóstolos novamente e agora Tomé também estava; Jesus disse: “A paz esteja convosco. Depois disse a Tomé: Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos…, não sejas incrédulo, mas fiel (Jo 20,26-27).
A resposta de Tomé é um ato de fé, de adoração e de entrega sem limites: Meu Senhor e meu Deus! A fé do Apóstolo brota não tanto da evidência de Jesus, mas de uma dor imensa. O que o levou à adoração e ao retorno ao apostolado não são tanto as provas como o amor. Diz à Tradição que o Apóstolo Tomé morreu mártir pela fé no seu Senhor; consumiu a vida a seu serviço.
As dúvidas de Tomé viriam a servir para confirmar a fé dos que mais tarde haviam de crer n’Ele. Comenta São Gregório Magno: “Porventura pensais que foi um simples acaso que aquele discípulo escolhido estivesse ausente, e que depois, ao voltar, ouvisse relatar a aparição e, ao ouvir, duvidasse, e, duvidando, apalpasse, e, apalpando acreditasse? Não foi por acaso, mas por disposição divina que isso aconteceu. A divina clemência agiu de modo admirável quando este discípulo que duvidava tocou as feridas das carnes do seu Mestre, pois assim curava em nós as chagas da incredulidade… Foi assim, duvidando e tocando, que o discípulo se tornou testemunha da verdadeira ressurreição”.
Peçamos ao Senhor que aumente em nós a fé, pois se a nossa fé for firme, também haverá muitos que se apoiarão nela.
A virtude da fé é a que nos dá a verdadeira dimensão dos acontecimentos e a que nos permite julgar retamente todas as coisas. Somente com a luz da fé e a meditação da palavra divina é que é possível reconhecer Deus sempre e por toda a parte, esse Deus em quem vivemos e nos movemos e existimos (At 17,28).
Meu Senhor e meu Deus! Estas palavras têm servido de jaculatória a muitos cristãos, e como ato de fé na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia, quando se passa diante de um sacrário ou no momento da Consagração da Missa.
A Ressurreição do Senhor é um apelo para que manifestemos com a nossa vida que Ele vive. As obras do cristão devem ser fruto e manifestação de sua fé em Cristo. Hoje também o Senhor quer que o mundo, a rua, o trabalho, as famílias sejam veículo para a transmissão da fé.
A fé em Cristo era a força que congregava os primitivos cristãos numa coesão perfeita de sentimentos e de vida: “A multidão dos que abraçavam a fé tinha um só coração e uma só alma” (At. 4,32). Era uma fé tão arraigada que os levava a renunciarem, voluntariamente, aos próprios bens para colocá-los à disposição dos mais necessitados, considerados verdadeiramente irmãos em Cristo. É esta fé que hoje é tão escassa; para muitos que dizem ser crente, a fé não exerce influência alguma nos seus costumes nem na sua vida. Um cristianismo assim, não convence nem converte o mundo. É preciso voltar a acomodar a própria fé ao exemplo da Igreja primitiva; é preciso pedir a Deus uma fé profunda, pois que, no poder da fé, está a certeza da vitória dos cristãos. “Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé! Quem é que vence o mundo senão Aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?” ( 1 Jo 5,4-5).
Pe. Lucimar Geraldo
Prata- MG

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Bem vindo Irmão ao nosso novo Areópago moderno?

Areópago moderno?
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O que no diz Atos 17, 16-21

Enquanto Paulo os esperava em Atenas, à vista da cidade entregue à idolatria, o seu coração enchia-se de amargura.

Disputava na sinagoga com os judeus e prosélitos, e todos os dias, na praça, com os que ali se encontravam.

Alguns filósofos epicureus e estóicos conversaram com ele. Diziam uns: Que quer dizer esse tagarela? Outros: Parece que é pregador de novos deuses. Pois lhes anunciava Jesus e a Ressurreição.

Tomaram-no consigo e levaram-no ao Areópago, e lhe perguntaram: Podemos saber que nova doutrina é essa que pregas?

Pois o que nos trazes aos ouvidos nos parece muito estranho. Queremos saber o que vem a ser isso.

Ora (como se sabe), todos os atenienses e os forasteiros que ali se fixaram não se ocupavam de outra coisa senão a de dizer ou de ouvir as últimas novidades.

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